quarta-feira, 25 de abril de 2012


A Provisão de Deus em Tempos de Sequidão.
E sucedeu que, nos dias em que os juízes julgavam, houve uma fome na terra; por isso um homem de Belém de Judá saiu a peregrinar nos campos de Moabe, ele e sua mulher, e seus dois filhos; E era o nome deste homem Elimeleque, e o de sua mulher Noemi, e os de seus dois filhos Malom e Quiliom, efrateus, de Belém de Judá; e chegaram aos campos de Moabe, e ficaram ali. E morreu Elimeleque, marido de Noemi; e ficou ela com os seus dois filhos,
Os quais tomaram para si mulheres moabitas; e era o nome de uma Orfa, e o da outra Rute; e ficaram ali quase dez anos. E morreram também ambos, Malom e Quiliom, ficando assim a mulher desamparada dos seus dois filhos e de seu marido. 
Rute 1:1-5

*      Introdução
Durante o contexto Bíblico podemos observar alguns períodos de fome sendo relatados, assim como no texto que estamos trabalhando hoje, períodos de fome e escassez e até de miséria na trajetória do povo de Deus ficam evidentes. Além deste texto contido no livro de Rute que estamos meditando, existem outras cinco citações de fome, algumas extremas, no período pré – exílico. Podemos observar em: Gênesis 12.10 – Abrão após seu chamado, peregrina pela terra de Canaã passando por Siquém e Betel e desce em direção ao Egito porque havia FOME na terra. Gênesis 47.20 – Um dos textos sobre FOME mais famosos, quando José livra a Israel e ao próprio Egito através da direção de Deus, sendo a fome extrema naquele tempo perdurando por sete anos. 2 Samuel 21.1 – Nos dias de Davi houve FOME por três anos por conta dos gibeonitas que Saul havia ferido. Havia uma aliança feita por Israel com o ovo Amorreu e esta fora quebrada por Saul; Davi faz justiça a este povo. 1 Reis 18.2 – Havia FOME porque, segundo a Palavra do Senhor, Elias havia profetizado uma grande seca, nem chuva nem orvalho cairiam na terra senão segundo sua palavra. Houve três anos de seca e FOME extrema na terra. 2 Reis 25.3 – Nos dias de Zedequias Rei de Judá, Jerusalém foi sitiada por Nabucodonosor e como o cerco durou muito tempo houve FOME. Diferente das demais, esta fome foi causada por motivos claros, ou seja, o cerco da cidade impediu que houvesse comida na mesma. No período pós – exílico a FOME mais importante foi a relatada em Neemias 1.3, onde o texto relata a grande miséria em que o povo estava suas lavouras queimadas e estando tudo destruído a fome certamente assolava a terra de Israel.

*      Sobre o Texto
No texto que estamos trabalhando neste estudo, a FOME atinge uma cidade em especial que é Belém de Judá ou Belém Efrata (cidade onde foi enterrada Raquel, esposa amada de Jacó, cidade onde nasceu Davi, e cidade do nascimento de Jesus ) e faz com que uma família parta para os Campos de Moabe, numa caminhada entre 50 a 90 km de distância, em torno de sete dias de caminhada a pé. Uma família formada por um patriarca chamado Elimeleque, sua esposa de nome Noemi e seus dois filhos Malom e Quiliom permanecendo na cidade por volta de 10 anos. O texto para nós é interessante porque em Moabe morrem o marido e os filhos de Noemi, de suas noras moabitas Orfa e Rute, apenas Rute permanece com Noemi, Orfa retorna a seu povo; Noemi mediante a sua tragédia familiar pede para que a chamem de Mara (v.20). Todo este relato para nós é de suma importância por conta do valor que é dado pelos Judeus aos nomes e ao peso profético que eles recebem. Receber um determinado nome implica quanto a sua natureza, ou quanto a sua promessa é o caso de JacóSuplantador -  por haver nascido agarrado ao calcanhar de seu irmão, sua vida foi feita de tentativas de tomar o lugar de seu irmão, quando esta vence esta natureza relacionada a ele passa a chamar – se Israel – Campeão/ Vencedor com Deus; neste grupo também podemos relacionar Abrão – Pai de Filhos, quando recebe de Deus a promessa de que por ele seriam abençoadas todas as famílias da terra passa a chamar – se Abraão – Pai de multidões. Alguns outros exemplos são de grande valor como os filhos de Jacó ou Simão chamado Pedro, mas vamos nos ater aos significados dos nomes relatados no texto desta meditação:
Ø  Belém – Casa do Pão
Ø  Efrata ou Efratá – Terra Frutífera
Ø  Moabe – do pai ou desejo (relacionado ao fato da filha de Ló ter tido um filho de seu pai daí a exprime tanto a ideia “do pai” como “desejo” por haver ela desejado seu pai).
Ø  Elimeleque – Deus é o meu Rei (Relativo à Provedor ou o Rei que provê).
Ø  Noemi – Doçura / Amável
Ø  Malom – Enfermo
Ø  Quiliom – Aquele que é fraco
Ø  Orfa – Pescoço / Nuca (relativo a quem se volta ou retorna).
Ø  Rute – Beleza
Com base nestas informações podemos começar a entender o que o texto irá revelar para nós, portanto vamos resumir o texto usando a aplicação pessoal quanto ao que os nomes traduzem para nós.
v  Sabendo que não havia pão na Casa do Pão (Belém), um homem deixa a Provisão de Deus que é seu Rei (Elimeleque) e com sua família sai para os campos buscando o desejo do pai (Moabe), contudo este homem morre por seu desejo e seus filhos eram enfermos (Malom) e fracos (Quilion) para sustentar sua família e morrem também; a doçura (Noemi) se vai de sua mãe a tornando amarga (Mara), e uma de suas noras volta ao seu próprio povo (Orfa) enquanto a outra trás beleza a sua vida (Rute) permanecendo ao seu lado.
v  Toda esta situação ocorre porque Deus havia dito ao povo de Israel que não se associasse ao povo moabita para que estes não o levassem a corrupção e levando em consideração o fato dos moabitas (parentes distantes de Israel) não permitirem que estes peregrinassem por sua terra quando do êxodo e ainda alugando Balaão contra o povo de Israel (Números 22 e seguintes). Moabe por diversas vezes esteve em guerra contra Israel e sempre lhes serviu de laço. Israel não os destruiu totalmente por serem seus parentes. Hoje o território de Moabe está a Jordânia na margem oriental do Mar Morto. Outras informações importante fala sobre sua religião onde seu principal deus era Camos ou Quemos, uma entidade similar a Moloque deus dos amonitas, povo co – irmão dos moabitas, o culto a estes deuses culminava com o sacrifício humano em especial o infantil.
v  O que muitas vezes é apenas uma fome física, carnal e/ou material acaba se tornando ínfima diante da fome espiritual causada pela saída da casa do pão. Precisamos entender que se nos mantivermos no local da provisão de Deus, não buscando os nossos desejos carnais Ele se encarrega de nos sustentar.
v  Precisamos observar um princípio interessante: Padarias são lugares onde encontramos pão, contudo há momentos que vamos à padaria e não tem pão, mas isso é temporal, noutro tempo o pão estará lá. Quando no deserto o povo pedia comida e Deus envia – lhes o maná (Êxodo 16.1 – 5), no dia de Sábado não se colhia o alimento, mas a porção era enviada de forma dobrada no dia anterior, ou seja, mesmo que não colhessem naquele dia ainda assim o sustento chegava. Em Belém não havia pão e havia fome, mas isso era temporal porque o Deus da provisão é atemporal é Eterno, portanto ainda que naquele momento houvesse FOME e SEQUIDÃO em Belém, o Deus que todas as coisas provem para aqueles que permanecem firmes faz com que o pão retorne a Casa do Pão. Observe Rute 1.6 que diz: Então se levantou ela com as suas noras, e voltou dos campos de Moabe, porquanto na terra de Moabe ouviu que o SENHOR tinha visitado o seu povo, dando-lhe pão.” – ouça o que está sendo dito neste momento e já se ouve pelos cantos dizer: Tem pão de novo na Casa do Pão, é hora de largar os desejos pessoais e voltar ao lugar da provisão.

*      Deus quer trazer a sua provisão em meio a Sequidão.

Ø  Não se iluda com as facilidades fora da provisão de Deus (Números 22.6)
Nos locais fora da provisão de Deus reservam para nós engano e maldição. Israel experimenta disso ao passar por Moabe e a família de Elimeleque e Noemi também. Escute o que está sendo dito: “Fora da provisão de Deus tudo é engano e maldição”.
Ø  Permaneça no lugar da provisão (Jó 5.20a)
Precisamos entender que em meio à fome espiritual vivida em nossas vidas, ou até mesmo na fome material onde algumas necessidades existem o Senhor permanece como o Deus da provisão (Javé Gireh). Precisamos permanecer no local da provisão, não devemos sair da Casa do Pão para buscar nossos desejos.
Ø  Onde existe Pão acharemos também vida (Rute 1.16)
Quando Noemi decide voltar ao lugar de provisão e proporciona vida para ela e para a moabita Rute. O Pão de Belém pode sustentar não só Noemi tirando – a da amargura como pode fazer daquela que não era povo se tornar povo de Deus.

*      Conclusão
Quando estamos no local da provisão e podemos nos saciar do Pão de Deus, Ele nos faz assentar com príncipes (1 Samuel 2.8) assim como a família de Noemi gerou a família real de Israel na pessoa de Davi e consequentemente da geração Messiânica, nós ao recebermos do Pão do Pão da vida (João 6.35a), passamos a família de Jesus o Rei dos Reis.





Shalom!
Pr. Rodrigo de Almeida
(21) 97537773