sábado, 1 de janeiro de 2011

Carregando um peso de Glória.

E constrangeram certo Simão, cireneu, pai de Alexandre e de Rufo, que por ali passava, vindo do campo, a que levasse a cruz.
Marcos 15.21
*    Palavra
Ø  Jesus aqui está próximo de sua crucificação. Nesse momento da história de Jesus encontramos um homem no limite do físico humano. Jesus havia passado por um julgamento terrível e cruel, tendo sido preso a noite, ou seja, às escondidas, Jesus já está sem poder se alimentar, passa a noite toda sendo julgado, durante o dia sendo levado a Pilatos, a Herodes, retorna a Pilatos deste vai aos soldados que escarnecem d’Ele e o maltratam. Quero lembrar que Jesus foi primeiro condenado a ser açoitado. Paulo nos conta que recebeu 40 açoites menos um (2 Coríntios 11.24) era costume, segundo a lei dos Judeus, açoitar com apenas 40 açoites (Deuteronômio 25.1 – 3), ou seja dar quarenta menos um dizia que este receberia muitas vezes o mesmo castigo. Jesus, contudo fora açoitado por Romanos que não tinham limites para açoitar. Os romanos usavam um instrumento formado de um cabo curto de madeira, com duas ou três tiras de couro de 50 cm tendo nas pontas bolas de chumbo, no geral, que feriam mais facilmente a carne de quem sofria o açoite. Não bastassem todos esses flagelos, Jesus é obrigado a carregar uma Cruz que não fora feita para ele, Barrabás seria ser Crucificado e por costume de soltar um prisioneiro Pilatos oferece ao povo soltar a Jesus ou a Barrabás que já estava condenado, mas o povo pede que Jesus fosse condenado a Cruz no lugar de Barrabás, portanto, a Cruz que Jesus carregou não era d’Ele desde o princípio. É importante entender o que estamos observando neste momento, porque, a imagem que nos salta aos olhos é de um homem tão humilhado e flagelado a ponto de não conseguir manter – se em pé, eu posso crer dessa maneira e conjecturar visto a tudo o que passara Jesus. Nesse momento entra em nossa história um dos homens mais privilegiados que podemos encontrar um homem chamado Simão, o cireneu.
Ø  Cirene era uma aldeia Grega na costa setentrional da África chamada também de Barka e / ou Cirenaica que desde o ano 75 a.C. pertencia a Roma como província. Esta cidade ficava a mais ou menos 27 km do mar e a 610 metros de altitude. Muitos Judeus haviam se deslocado para lá durante o período de domínio Romano surgindo então os Judeus Cireneus como este Simão.
Simão havia voltado para Jerusalém e se instalado na cidade pelo que entendemos do texto visto que ele vinha do campo e são relatados seus filhos, ou seja, Simão que provavelmente se deslocou para Cirene em algum momento, volta no tempo de encontrar – se com Jesus, o Messias no caminho da Cruz.
Ø  É relevante entender como devemos nos encontrar com Jesus, esperamos ter ao encontrar com Jesus um estado de alegria plena porque Ele atende nossas expectativas pessoais; afinal este é o Jesus que faz milagres, que multiplica, que traz a fartura e alegria aos  lares, que ressuscita os mortos. Contudo, todo o tempo o caminho que buscamos para encontrar Jesus nos levaria ao mesmo ponto de Simão, a saber, o caminho da Cruz. Simão poderia estar na cidade por conta da festa e o que ele encontra é uma festa diferente, a Páscoa do Judeu, símbolo de liberdade se tornara um grande circo a céu aberto, uma grande demonstração da ausência que aquele povo tinha do Deus Todo – Poderoso.
Ø  O Texto diz que os soldados constrangeram a Simão que carregasse a Cruz para Jesus, isso reforça o que entendemos sobre os estado físico de Jesus neste momento. Havia entre os Romanos uma frase ou jargão que dizia: “ROMA CONSTRANGE”, ao ouvir isto dito por um soldado era como uma ordem a servir Roma. O texto diz que Simão foi constrangido ou obrigado a carregar a Cruz de Jesus. O que precisamos entender neste texto é a soberania de Deus quanto à escolha de Simão. Jesus anteriormente disse a Pilatos que ele não teria poder sobre Jesus caso o Pai não o quisesse (João 19.10 – 11) e também disse a seus discípulos que Ele os havia escolhido. Simão entra para história por ajudar a carregar a Cruz de Jesus por ter sido constrangido por Roma, eu gostaria que compreendêssemos que Simão entra na história porque Deus o escolheu para participar da glória de Jesus, pois na Cruz, Jesus manifestou – se em Glória (Colossenses 2.15).
Ø  O que nos cega muitas vezes é que desejamos participar da Glória de Jesus apenas, assim como os Judeus esperavam apenas um redentor que os libertasse da opressão sem esperar pelo Messias que Ele devia primeiro sofrer, não esperamos ter que com ele padecer aflições para então com Ele sermos glorificados (Romanos 8.18). É fundamental entender que para se experimentar um peso de Glória é necessário primeiro desfrutar de um peso de Cruz (2Coríntios 4.17).
Ø  O peso de Cruz nos faz entender que por Cristo somos manifestados em morte para podermos desfrutar de vida (2Coríntios 5.14 – 15) e são nessas aflições que nos alegramos (1Pedro 4.13).
Ø O entendimento da participação de Simão na vida de Jesus é que ele primeiro precisava encontrar – se com a Cruz, entrar no caminho que levava a Cruz, o caminho de volta e a partir daí, seguir para o caminho da Glória.
Ø  Encerrar com 2Coríntios  3.9 – 11
“O peso de Cruz é Transitório, o peso de Glória é Eterno.

Pr. Rodrigo de Almeida

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