domingo, 23 de janeiro de 2011

O Encontro que traz vida

Texto Base: Lucas 7.11-17 (NVI)

            Irmãos, nessa manhã gostaria de falar sobre uma história que aparece apenas no Evangelho de Lucas que é bem conhecida, é a história do encontro de Jesus com a Viúva de Naim. E nesse encontro aprendemos muitas coisas sobre Jesus.

            Para isso vamos abrir as nossas Bíblias em Lucas 7.11-17, que diz assim: “(11) Logo depois, Jesus foi a uma cidade chamada Naim, e com ele iam os seus discípulos e uma grande multidão. (12) Ao se aproximar da porta da cidade, estava saindo o enterro do filho único de uma viúva; e uma grande multidão da cidade estava com ela. (13) Ao vê-la, o Senhor se compadeceu dela e disse: "Não chore". (14) Depois, aproximou-se e tocou no caixão, e os que o carregavam pararam. Jesus disse: "Jovem, eu lhe digo, levante-se!" (15) O jovem sentou-se e começou a conversar, e Jesus o entregou à sua mãe. (16) Todos ficaram cheios de temor e louvavam a Deus. "Um grande profeta se levantou entre nós", diziam eles. "Deus interveio em favor do seu povo." (17) Essas notícias sobre Jesus espalharam-se por toda a Judéia e regiões circunvizinhas.”

            Vamos entender um pouco sobre a Cidade de Naim. Naim é uma palavra hebraica que significa: AGRADÁVEL, AMÁVEL, ATRAENTE, BELO, ALEGRE, FELIZ. É uma palavra mais usada para AGRADÁVEL.

            Naim era uma pequena aldeia situada a 7km do monte Tabor (Local onde Baraque e Débora derrotaram os homens de Sísera), na região da Galiléia. Só tinha uma estrada que ia até Naim. Naim é uma cidade que ainda existe nos dias atuais com o mesmo nome, muito pobre e habitada por árabes mulçumanos.

Naim era uma cidade israelita e que cultivava a tradição judaica, e pela tradição judaica, dentro das cidades não havia cemitérios, os sepultamentos eram feitos em cemitérios que ficavam do lado de fora da cidade. E os mortos eram enterrados no mesmo dia do seu falecimento         

            Jesus tinha acabado de operar mais um milagre, tinha curado o servo de um centurião e ia em direção a Cidade de Naim, com seus discípulos e com uma a multidão. Imagino todos caminhando alegres, louvando a Deus pelas maravilhas que Jesus vinha operando.

            Mas ai então acontece uma situação muito constrangedora naquela estrada, enquanto a multidão ia com Jesus em direção a cidade de Naim, sai da cidade outra multidão em direção ao cemitério, para enterrar um morto.

            Enquanto uma multidão ia dando glórias a Deus pelas maravilhas que Jesus estava operando, outra multidão saia em prantos, com vozes de lamento, pois o único filho de uma viúva havia morrido.

            Imaginem que situação, duas multidões no mesmo caminho, só que totalmente diferentes. Imagino que todos aqueles que estavam com Jesus começaram a para de andar, o volume dos cânticos ia diminuindo ao passo que cada um ia vendo aquele cortejo. Era a alegria da vida em contraste com a dor da morte.

            Irmãos, o texto deixa bem claro que quem havia morrido era o filho único de uma viúva. A dor da perda daquele filho era algo extremamente doloroso, para aquela viúva, ela já não tinha marido, agora também não tinha mis filho.

            Mas a dor daquela viúva, não parava só por ai. Legalmente ninguém tinha a obrigação de daquele momento em diante sustentar aquela mulher. E mais o texto não fala nada em relação a outros parentes no cortejo e muito menos se aquele jovem tinha filhos. Ou seja, tudo leva a crer que aquela viúva, não tinha mais ninguém. E sem netos, a linhagem dela, a árvore genealógica daquela família seria enterrada junto com o seu filho.

            Mais Jesus estava naquele caminho, Jesus estava na frente daquele cortejo fúnebre, algo maravilhoso da parte de Deus iria acontecer naquele lugar.

            Jesus olha então para aquela mulher, e movido de uma grande compaixão Jesus diz: “Não chore!”. Talvez para muitos que ali estavam e que ouviram essas palavras de Jesus, podem ter achado ridículo aquilo. Mas os que pensaram assim são aqueles que não conheciam a Jesus, pois o que conheciam por mais que não soubessem o que iria acontecer, sabiam que Jesus poderia operar algo milagroso naquele momento.

            Pois mesmo que aquelas pessoas não soubessem o que Jesus faria a seguir, assim como eu e você, mas sabemos o que irá acontecer após uma palavra do Senhor Jesus, com certeza será o melhor de Deus nas nossas vidas, assim como para a vida daquela viúva.

E o melhor de Deus irá acontecer na sua vida, não só hoje mais até o volta do nosso Senhor, pois D’Ele vem o melhor, dele vem a vida. E Jesus sempre estará no meio da estrada com seu cortejo celestial, nos esperando e falando “Não Chore!” e operando o melhor em nossas vidas.

            No versículo 14 acontece algo muito interessante.

Conforme as tradições judaicas, o enterro era um cerimonial fúnebre, e tanto tocar no morto quanto no caixão, impedia a pessoa que tocasse de adorar em locais públicos por um determinado período, só podia tocar aqueles que faziam parte do cerimonial.

            Mais ai então Jesus vem e toca naquele caixão, e o texto diz que os que carregavam apararam.

            Jesus não se preocupou se tocar no caixão iria deixá-lo ou não impuro, se aquele ato iria impedi-lo de adorar em lugares públicos, Jesus simplesmente foi lá no caixão e tocou, o que importava para Ele era aquela vida que estava sobre o caixão. E não com aquela restrição e nem com os que carregavam o caixão.

Jesus não se tornou impuro e nem passou a ser alguém que estava proibido de adorar em lugares públicos, pois ali após Jesus tocar não existia mais impureza, pois não há nada que seja impuro que após de receber o toque de Jesus não se torne puro.

Essa é a preocupação de Jesus com as nossas vidas, que sejamos a cada dia puros, santificados, buscando viver em santidade, com retidão. O Senhor se preocupa se agente está vivendo uma  com pecados, se estamos fugindo disso, pois os pecados nos afastam dele e nos levam para os caixões.


 E existem muitos carregadores de caixão, são pessoas que estão ao nosso derredor, que conhecemos e até mesmo que nunca vimos, mas ficam ao nosso derredor apenas esperando o momento de nos colocar sobre o caixão e levar para o cemitério.

São pessoas, muitas delas com um alto poder de manipulação, políticos da boa vizinhança, pessoas com uma boa conversa, conselheiros que orientam com palavras vindas do inimigo. Pessoas aparentemente boas, mas que tem conduzidos jovens ao álcool, as drogas, a prostituição e a imoralidade sexual. São pessoas que tem toda uma falsa realidade tão real que nos envolve de tal forma que somos conduzidos a morte, tanto espiritual como física.

Um exemplo disso, escutei a alguns dias que um locutor-conselheiro de uma determinada rádio, que aconselhou um casal que passava sérias dificuldades no casamento a se separa, e para justificar seu conselho ele teve a coragem de usar um pensamento do filósofo Niet (influente filósofo alemão do século XIX, nascido em família cristã luterana, pensou até em ser pastor, mas o estudo profundo da filosofia o desviou, por tanto questionar a Deus foi considerado por muitos como Ateu, é chamado também de o profeta do nazismo, pois algumas de suas idéias foram base para o nazismo, uma de suas idéias notáveis foi a “Morte de Deus”), que dizia assim: “Todos tem o seu próprio caminho e são certos, pois não existe verdade e caminho verdadeiro”.

Esse locutor-conselheiro é um carregador de caixão. Ele conhece o filósofo Niet e os seus pensamentos. Mas Ele não conhece a Jesus Cristo e muito menos o que a Palavra de Deus diz.

Ele não sabe que a Bíblia diz que Jesus “é o Caminho, a Verdade e a Vida”, que “todos os caminhos levam a Deus”. Ele não sabe que “e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” e a verdade é Jesus Cristo, o Filho de Deus.

Mas quando Jesus toca, os carregadores de caixão param, e quando Jesus declara algo sobre a nossa vida, as coisas acontecem, o morto se levanta, os casamentos são restituídos, a enfermidade sai, a cura chega, onde existe a morte passa a existir a vida, pois quem ordena é o Deus da vida é o salvador, e quem falou para aquele jovem: “Eu lhe digo, levanta-te”, foi Jesus Cristo, e o jovem levantou. E quem fala com plena autoridade sobre a minha vida e a sua vida é Jesus Cristo, e quando ele fala as coisas acontecem. Creia se Deus falou algo para a sua vida, vai acontecer.

            Após aquele jovem ressuscitar, Jesus demonstra algo muito especial, Jesus entrega aquele jovem a sua mãe. Jesus devolve o filho que estava morto, agora vivo para sua mãe. Jesus quando opera um milagre, Ele opera de forma completa, a restituição é total.

            Jesus operou o milagre de forma integral, Jesus multiplicou a felicidade daquela viúva com excelência. Pois aquela viúva que tinha em seu filho a esperança para os dias vindouros, e com a morte dele tudo havia sido derrubado. Jesus foi lá, e reviveu tudo.

Naquele único caminho que levada a cidade de Naim, a cidade Agradável, de onde saia um cortejo fúnebre, com uma mulher à frente sem esperança, com apenas lamentos em seus lábios, uma família que havia acabado, uma família não mais agradável. Aquele cortejo iria voltar para a cidade, com uma viúva triste sem perspectiva.

            Mas Jesus Cristo estava naquele caminho, Jesus Cristo mudou o rumo daquela história, aquele morto reviveu, aquela mulher teve além de seu filho vivo novamente, teve sua alegria totalmente restituída, a esperança volta para aquela família, para aquela casa, a alegria voltou para aquela cidade, os moradores daquela cidade voltaram para suas casa tendo em suas mentes o milagre operado por Jesus.

           
O cortejo que saiu da cidade como fúnebre, mas que antes mesmo de chegar ao seu destino, voltou para a cidade como um cortejo festivo, pois Jesus operou um milagre e o milagre e a alegria dos que estavam com Jesus contagiou os moradores de Naim de tal forma que eles glorificavam a Deus e se enchiam de temor pelo que eles viram. Aquele cortejo voltou para a cidade Agradável, totalmente Agradável.

            E eu quero, em nome do Senhor Jesus, desafiar a cada um que está aqui nesta manhã, em um ato de coragem e fé, colocar tudo o que está dentro do seu coração, na sua vida, no seu casamento, no seu relacionamento de pai e filho, em seu noivado, seu namoro, no seu relacionamento com Deus, seus sonhos e planos, tudo, tudo o que esta morto em sua vida, que você coloque sobre um caixão.

Não se importe em tocar no caixão e no que está morto. Você pode tocar, e caminhar para a estrada, pois o Salvador está te esperando, para falar para você: “Não chore!”, para operar o milagre em sua vida, para fazer reviver o que está morto, para purificar tudo o que está impuro. Para fazer você voltar com a sua Naim restaurada. Jesus está a sua espera.


Seminarista Thiago Pereira

sábado, 1 de janeiro de 2011

Carregando um peso de Glória.

E constrangeram certo Simão, cireneu, pai de Alexandre e de Rufo, que por ali passava, vindo do campo, a que levasse a cruz.
Marcos 15.21
*    Palavra
Ø  Jesus aqui está próximo de sua crucificação. Nesse momento da história de Jesus encontramos um homem no limite do físico humano. Jesus havia passado por um julgamento terrível e cruel, tendo sido preso a noite, ou seja, às escondidas, Jesus já está sem poder se alimentar, passa a noite toda sendo julgado, durante o dia sendo levado a Pilatos, a Herodes, retorna a Pilatos deste vai aos soldados que escarnecem d’Ele e o maltratam. Quero lembrar que Jesus foi primeiro condenado a ser açoitado. Paulo nos conta que recebeu 40 açoites menos um (2 Coríntios 11.24) era costume, segundo a lei dos Judeus, açoitar com apenas 40 açoites (Deuteronômio 25.1 – 3), ou seja dar quarenta menos um dizia que este receberia muitas vezes o mesmo castigo. Jesus, contudo fora açoitado por Romanos que não tinham limites para açoitar. Os romanos usavam um instrumento formado de um cabo curto de madeira, com duas ou três tiras de couro de 50 cm tendo nas pontas bolas de chumbo, no geral, que feriam mais facilmente a carne de quem sofria o açoite. Não bastassem todos esses flagelos, Jesus é obrigado a carregar uma Cruz que não fora feita para ele, Barrabás seria ser Crucificado e por costume de soltar um prisioneiro Pilatos oferece ao povo soltar a Jesus ou a Barrabás que já estava condenado, mas o povo pede que Jesus fosse condenado a Cruz no lugar de Barrabás, portanto, a Cruz que Jesus carregou não era d’Ele desde o princípio. É importante entender o que estamos observando neste momento, porque, a imagem que nos salta aos olhos é de um homem tão humilhado e flagelado a ponto de não conseguir manter – se em pé, eu posso crer dessa maneira e conjecturar visto a tudo o que passara Jesus. Nesse momento entra em nossa história um dos homens mais privilegiados que podemos encontrar um homem chamado Simão, o cireneu.
Ø  Cirene era uma aldeia Grega na costa setentrional da África chamada também de Barka e / ou Cirenaica que desde o ano 75 a.C. pertencia a Roma como província. Esta cidade ficava a mais ou menos 27 km do mar e a 610 metros de altitude. Muitos Judeus haviam se deslocado para lá durante o período de domínio Romano surgindo então os Judeus Cireneus como este Simão.
Simão havia voltado para Jerusalém e se instalado na cidade pelo que entendemos do texto visto que ele vinha do campo e são relatados seus filhos, ou seja, Simão que provavelmente se deslocou para Cirene em algum momento, volta no tempo de encontrar – se com Jesus, o Messias no caminho da Cruz.
Ø  É relevante entender como devemos nos encontrar com Jesus, esperamos ter ao encontrar com Jesus um estado de alegria plena porque Ele atende nossas expectativas pessoais; afinal este é o Jesus que faz milagres, que multiplica, que traz a fartura e alegria aos  lares, que ressuscita os mortos. Contudo, todo o tempo o caminho que buscamos para encontrar Jesus nos levaria ao mesmo ponto de Simão, a saber, o caminho da Cruz. Simão poderia estar na cidade por conta da festa e o que ele encontra é uma festa diferente, a Páscoa do Judeu, símbolo de liberdade se tornara um grande circo a céu aberto, uma grande demonstração da ausência que aquele povo tinha do Deus Todo – Poderoso.
Ø  O Texto diz que os soldados constrangeram a Simão que carregasse a Cruz para Jesus, isso reforça o que entendemos sobre os estado físico de Jesus neste momento. Havia entre os Romanos uma frase ou jargão que dizia: “ROMA CONSTRANGE”, ao ouvir isto dito por um soldado era como uma ordem a servir Roma. O texto diz que Simão foi constrangido ou obrigado a carregar a Cruz de Jesus. O que precisamos entender neste texto é a soberania de Deus quanto à escolha de Simão. Jesus anteriormente disse a Pilatos que ele não teria poder sobre Jesus caso o Pai não o quisesse (João 19.10 – 11) e também disse a seus discípulos que Ele os havia escolhido. Simão entra para história por ajudar a carregar a Cruz de Jesus por ter sido constrangido por Roma, eu gostaria que compreendêssemos que Simão entra na história porque Deus o escolheu para participar da glória de Jesus, pois na Cruz, Jesus manifestou – se em Glória (Colossenses 2.15).
Ø  O que nos cega muitas vezes é que desejamos participar da Glória de Jesus apenas, assim como os Judeus esperavam apenas um redentor que os libertasse da opressão sem esperar pelo Messias que Ele devia primeiro sofrer, não esperamos ter que com ele padecer aflições para então com Ele sermos glorificados (Romanos 8.18). É fundamental entender que para se experimentar um peso de Glória é necessário primeiro desfrutar de um peso de Cruz (2Coríntios 4.17).
Ø  O peso de Cruz nos faz entender que por Cristo somos manifestados em morte para podermos desfrutar de vida (2Coríntios 5.14 – 15) e são nessas aflições que nos alegramos (1Pedro 4.13).
Ø O entendimento da participação de Simão na vida de Jesus é que ele primeiro precisava encontrar – se com a Cruz, entrar no caminho que levava a Cruz, o caminho de volta e a partir daí, seguir para o caminho da Glória.
Ø  Encerrar com 2Coríntios  3.9 – 11
“O peso de Cruz é Transitório, o peso de Glória é Eterno.

Pr. Rodrigo de Almeida