EXISTE OUTRO?

(Leia este poema enquanto ouve a canção no fim da postagem.)

Vemos tantas coisas semelhantes.

Pessoas que parecem sinônimos.

Roupas que parecem uniformes.

Vidas que parecem reprises.

Nem sempre vale a pena ver de novo.

Tudo se parece.

Dizem que os dias são iguais.

Dizem que as estações do ano não mudam mais.

Dizem que não há nada novo há dizer.

Dizem que os filmes são apenas regravações.

Tudo se parece.

Acham que o mundo é gemilar.

Acham que nó é o mesmo que enrolado.

Acham que bem e mal estão no mesmo barco.

Acham que o Globo redondo está meio quadrado.

Acham que todos jogam do mesmo lado.

Tudo se parece.

Pensam muito o que já pensaram.  

Criam coisas que já criaram.

Vivem a vida que outros viveram.

Morrem cedo mesmo quando não morreram.

Porque tudo se parece.

Tudo se parece.

Tudo é exatamente como já foi certa vez.

Só não conseguem achar a alegria.

Enxergam um dia como outro dia.

Será que tudo é realmente parecido?

Por que tudo se parece?

Existe outro diferente?

Existe algo novo a se fazer?

Tudo é o que se vê.

O que se vê se repete.

Como lembrança que a memória não mede.

Tudo se repete.

Tudo se parece.

O que não se vê é que faz diferença.

O que não se vê é o que difere.

Porque o que não se vê é infinito.

Mais bonito.

Se renova todo dia.

Sempre encontra alegria.

Não é como já foi outrora.

Sempre é novo e novidade de vida.

Existe outro.

Um.

Não há outro igual.

Não há cópia.

Não há reprise.

Nem semelhante.

Só Ele é o bastante.

Só quem deseja o que não se parece pode experimentar.

Porque tudo se parece.

Mas só se parece antes d'Ele encontrar.

Porque não há outro igual.

Existe outro.

Um.

N'Ele, tudo é novo outro vez.

Sem par.

Ímpar.

Não há.

Outro.

Igual.

JESUS.

Eu me pareço.

Com Ele.

Porque tudo n'Ele se parece.

UM.  

(poema: Existe Outro? de Pr. Rodrigo de Almeida)